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04 de março de 2017

Governar pela graça

Provérbios 21.1-4

Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina. (v. 1)
[Lutero ao príncipe João Frederico]: Desejo a Vossa Alteza a graça e a ajuda divina. Isso é altamente necessário, porque da pessoa de tão importante príncipe depende o bem-estar de muita gente. E, por outro lado, dele depende a desgraça de muitos, quando ele fica relegado a si mesmo e não é governado pela graça. Pois, embora os corações de todas as pessoas estejam nas mãos de Deus, não é sem razão que se afirma exclusivamente a respeito dos príncipes: “O coração do rei está nas mãos de Deus; ele pode conduzi-lo para onde quer” (Provérbios 21.1). Com isso Deus quer inculcar seu temor nos grandes senhores, para que aprendam que não podem propor nada senão o que ele lhes inspira. O agir de outras pessoas acarreta benefício ou prejuízo somente a elas mesmas ou a um círculo restrito de pessoas. No entanto, somente senhores foram instituídos para serem prejudiciais ou úteis para outras pessoas, e tanto mais quanto maior seu domínio. Por essa razão, a Escritura denomina príncipes piedosos e tementes a Deus de anjos de Deus. Por outro lado, chama os príncipes perniciosos de leões e ladrões, que o próprio Deus denomina entre suas quatro pragas, ao enumerar a peste, a carestia, a guerra e os animais ferozes. Visto que o coração humano já é, por si mesmo, facilmente atrevido, quanto mais quando lhe são concedidos poder, bens e honra. Isso se constitui em poderoso fator que o impele ainda mais à temeridade e à falsa segurança, esquecendo-se de Deus e desprezando seus súditos. E, tendo espaço para fazer o mal impunemente, prossegue nesse sentido e vira fera, seguindo apenas a seus próprios desejos. De nome é um senhor, mas por seu procedimento é um monstro. Por isso se diz: “O exercício do poder revela que tipo de pessoa alguém é”. M. Lutero