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28 de outubro de 2002

OS MONSTROS E A REFORMA

Apocalipse 9.1-12

O texto acima é como um filme de terror. Esta foi a minha primeira sensação. Quando o quinto anjo toca a trombeta, sob sinais horripilantes, aparecem gafanhotos, verdadeiros monstros. Torturam as pessoas que não têm o selo de Deus sobre as suas frontes. Trata-se de um castigo aplicado a um mundo revoltado contra Deus. Filmes de horror têm conjuntura. Eles satisfazem o prazer que as pessoas têm na destruição. Este, porém, não é o propósito do livro de Apocalipse. As pragas de que fala não podem ser confundidas com esse tipo de divertimento. A diferença fundamental é que filmes de terror acabam em ruína. A história descrita por João acaba em novos céus e nova terra. Outubro, precisamente dia 31, é o mês da Reforma, lembrando a faxina de Lutero na Igreja do seu tempo. Nos Estados Unidos é o dia dos bruxos e das bruxas – uma espécie de monstros. Então, que vamos celebrar, Reforma ou horrores? Monstruosidades fazem parte da nossa realidade. Basta acompanhar as crônicas policiais ou assistir ao Jornal Nacional. Também o livro de Apocalipse sabe disso. Sua linguagem é dura e as visões que transmite significam ameaça. Mas não nascem do cinismo. Seu tema central é a reforma e a renovação. O autor convida as comunidades a se solidarizarem com essa causa. Deus vai reformar este mundo a despeito de todas as resistências e dores. Bem-aventurado, porém, é quem não espera acontecer, antecipando a reforma em si e no mundo, que poderá ser recompensada com o selo da durabilidade e, com certeza, ajudará a evitar monstruosidades.