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11 de agosto de 2015

O bem-viver (sumak kawsay)

Mateus 10.16-26a

Escutem! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Sejam espertos como as cobras e sem maldade como as pombas. (v. 16)
A cultura indígena da Cordilheira dos Andes está estruturada sobre a concepção do equilíbrio. O mundo é sempre binário: dia e noite, homem e mulher, bem e mal etc… Uma coisa não está em oposição à outra, mas é seu complemento. A sabedoria está no viver em equilíbrio com o diferente. Os problemas aparecem quando uma coisa se sobrepõe à outra. Chuva demais é um problema, assim também sol demais é um problema. Claro que maldade demais é um problema, tal como bondade demais também é um problema. Reconhecer que a vida necessita de equilíbrio, isso é bem-viver, é o sumak kawsay. Jesus também utiliza essas imagens aparentemente contraditórias: ovelhas e lobos, cobras e pombas. No entanto, usando a lógica do equilíbrio da espiritualidade indígena, os lobos e as cobras nos inspiram medo e prudência, enquanto que as ovelhas e as pombas nos inspiram simplicidade e confiança. Para Jesus, a prudência e a simplicidade não são virtudes que se excluem, mas se complementam e nos ajudam a manter o equilíbrio em situações difíceis da vida. Essas situações são parte da vida, mas tudo tem uma causa. Por isso, diante das dificuldades, mais importante do que reagir impulsivamente é examinar o passado, procurar o ponto de desequilíbrio e tentar corrigir o problema na sua causa. Saber superar as adversidades nos ajudará a produzir grandes resultados em nossa vida, nosso trabalho e nossos relacionamentos.