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18 de outubro de 2016

Loucura e juízo

2 Coríntios 5.11-15

Pois, se estamos loucos, é em favor de Deus; e, se temos juízo, é em favor de vocês. (v. 13)
Imaginemos que alguém nos diz: “Você parece uma pessoa tão inteligente. Como você pode crer em Deus? Por que ainda faz parte da igreja? Isso não é algo para os que não sabem pensar por si mesmo, para os fracos?”. Não pouca gente acha que crer é uma loucura. Se tivéssemos juízo, não creríamos. Paulo até concorda: estamos mesmo loucos em relação a Deus. “Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não judeus é loucura” (1 Coríntios 1.23). Para os gregos, campeões da Filosofia, falar de um Deus crucificado é algo absurdo. Deus, de fato, não se deixa aprisionar pelo que dele pensamos. “Deixa Deus ser Deus”, exortou Lutero. Afirmar isso, contudo, não quer dizer sacrificar o intelecto. Antes, significa procurar entender a inversão do comum que está contido na mensagem da cruz. É na absoluta fraqueza e vulnerabilidade de Cristo que está a sua força. Aqui está a salvação. Dietrich Bonhoeffer, em sua poesia “Cristãos e Pagãos”, disse que crentes e não crentes não se distinguem pelo apelo a Deus. No aperto, todos gritam por apoio. Deus, por sua vez, tem amor por todos eles. A diferença é que os cristãos estão ao lado do Deus que sofre. Não o abandonam. Sabemos que estar ao lado de Deus em seu sofrimento significa estar junto dos mais humildes irmãos de Jesus que sofrem (Mateus 25.40). E para fazer isso bem, é necessário o juízo “em favor de vocês”.