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11 de janeiro de 2017

A confiança do coração

Êxodo 20.1-6

Eu sou o Senhor, teu Deus... (v. 2)
Isto é: considerarás somente a mim como teu Deus. Que significa isso e como se deve entendê-lo? Que significa ter um Deus, ou, que é Deus? Deus designa aquilo de que se deve esperar todo o bem e em que devemos refugiar-nos em toda necessidade. Portanto, ter um Deus outra coisa não é senão confiar e crer nele de coração. O confiar e crer de coração faz tanto Deus como ídolo. Se é verdadeira a fé e a confiança, verdadeiro também é o teu Deus. Inversamente, onde a confiança é falsa e errônea, aí também não está o Deus verdadeiro. Fé e Deus não se podem divorciar. Aquilo, pois, a que prendes o coração e te confias, isso, digo, é propriamente o teu Deus. Por isso, o sentido desse mandamento é exigir fé genuína e confiança de coração, que vai certeiramente ao verdadeiro e único Deus e se apega exclusivamente a ele. Isso quer dizer tanto como: toma cuidado no sentido de apenas eu ser o teu Deus e de forma nenhuma procures outro. Isto é: o que te falta em matéria de coisas boas, espera-o de mim e procura junto a mim, e se sofres desgraça e angústia, arrasta-te para junto de mim e apega-te comigo. EU, eu te quero dar o suficiente e livrar-te de todo aperto. Tão só não prendas a nenhum outro o coração, nem o deixes em outro descansar. Inquire e esquadrinha o teu próprio coração frequentemente. Descobrirás então se se apega ou não com Deus apenas. Se tens um coração que é capaz de esperar somente coisas boas de Deus, especialmente em aflições e penúria, e que, a mais disso, sabe renunciar e abandonar tudo o que não é Deus, então tens o único e verdadeiro Deus. Se, inversamente, o coração se apega em outra coisa, de que se promete, a título de consolo, mais bem e socorro que de Deus, e se, ao desandar a roda, foge dele em vez de nele se refugiar, então tens outro deus, um ídolo. M. Lutero