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01 de novembro de 2004

Os salmos

Colossenses 3.12-17

Os salmos não nos apresentam a fala simples, comum dos santos, mas a melhor, aquela que usaram para falar com Deus com grande fervor sobre assuntos dos mais importantes. Este é o maior presente que os santos nos deram nos salmos: podermos saber o que sentiam e como falaram com Deus e com as outras pessoas. Pois o coração humano é semelhante a um navio sobre o mar revoltoso, jogado de lá para cá por ventos tempestuosos dos quatro cantos da terra. Tais tempestades ensinam a orar com fervor e a abrir o coração e pôr tudo para fora. Pois quem está mergulhado no medo e cercado de perigos fala dos problemas com palavras bem diferentes daquelas que seriam empregadas por alguém que está vibrando de alegria. E aquele que está vibrando de alegria, quando se refere a coisas alegres, fala e canta de forma bem diferente daquele que está mergulhado no medo. Quando vemos uma pessoa triste rir ou uma pessoa alegre chorar, dizemos que isso não vem do fundo do coração, que isto não revela o que se passa em seu íntimo. O que são os salmos em sua maioria senão fervorosas orações feitas em meio a tais ventos tempestuosos? Onde é que vamos encontrar palavras mais lindas sobre alegria do que nos salmos de louvor ou gratidão? Ali, os santos abrem seus coração e pode-se ver algo semelhante a jardins floridos, sim, como o próprio céu. Ali, desabrocham, qual lindas flores, toda sorte de palavras bonitas e felizes, que se dirigem a Deus e falam de sua bondade. Por outro lado, onde é que vamos encontrar palavras que exprimem tanta tristeza, queixa e miséria como as palavras dos salmos de penitência? Aqui pode-se, isto sim, ver no coração dos santos algo que se parece com a morte, sim, com o próprio inferno. Como tudo ali é escuro e tenebroso à vista do furor de Deus! Assim, quando falam de temor e de esperança, os salmistas usam palavras tais que nenhum pintor seria capaz de reproduzir num quadro, e orador algum, nem mesmo Cícero, seria capaz de descrever.