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24 de novembro de 2003

NÃO ASSIM NO CÉU COMO NA TERRA!

Jó 38.1-11;40.1-5

Jó vive profunda crise existencial. Onde estaria a culpa e a causa para merecer tanta desgraça? Que fizera de errado? É o tormento da miserável teologia da compensação, também da prosperidade, hoje tão em voga entre segmentos neo-evangélicos: se você é pessoa piedosa, dizem, Deus vai abençoá-lo com bens, saúde e filhos, caso contrário... Como se fé e prosperidade fossem irmãs gêmeas, quando nem parentes são. Jó, que poderia ser alguém de nós, não se conforma com a situação. Não resigna. Vai à luta. Desafia Deus! Quer uma resposta. E, ainda sem saber, quanto mais entra em choque com Deus, mais nele se agarra. E Deus? Topa o desafio. Porém, não para se justificar. Responde com uma saraivada de perguntas: “Quem é você para pôr em dúvida a minha sabedoria” (38.2); “onde é que você estava, quando criei o mundo” (38.4); “você já esteve no lugar onde nasce o sol” (38.24)? As perguntas são tão contundentes que Jó não se sente em condições de esboçar uma resposta. A única reação que lhe parece possível é: “Que posso responder? Prefiro ficar calado. Já falei mais do que devia e agora não tenho nada a dizer” (40.3-5). Foram-se todos os argumentos para discutir com Deus. Sente-se distante do Pai, sem saber que está nos seus braços. Quem dera que os matemáticos da fé desistissem daquela mania tola de dizer que Deus recompensa quem lhe serve e que cobre com desgraças quem vive na sua contramão. As coisas no céu não são como na terra. Ou seja, Deus é soberano. Absolutamente soberano nas suas palavras e ações.