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21 de fevereiro de 2005

Problemas com as antenas

João 9.13-17,34-39

“Há coisas que comecei a enxergar somente depois que fiquei cego”, confidenciou-me um conhecido. E, com efeito, há coisas cuja percepção exige outros olhos do que as pupilas na nossa cabeça. A vida, por exemplo, é mecanismo genético ou maravilha? Uma árvore é matéria-prima ou obra do criador? O ser humano é força de trabalho ou imagem de Deus? Dependendo do que vejo, muda o trato que dou às coisas. Arrisco afirmar que o mundo costuma ser “caolho”, cego de um olho ou, até, dos dois. É “deficiente visual”, percebendo apenas aspectos da realidade. Fala em “natureza”, mas não percebe nela a criação divina. Diz que Deus é invisível e que, por isso, não existe. Ora, invisíveis são também as ondas que nos trazem os programas da televisão. O que importa é ter as respectivas antenas. Assim acontece também nessa história do evangelho de João. “Quem é esse homem Jesus que te devolveu a visão?”, perguntam os fariseus. Será um profeta ou algo mais? O ex-cego chega a “adorá-lo”. Enquanto isso, os fariseus enxergam nele apenas um infrator da lei, pois Jesus curou em dia de sábado. Coitados! Precisam trocar suas “antenas”. O mesmo se recomenda a muita gente hoje. Os olhos da ciência enxergam minúsculas partículas. Penetram no espaço, mas não captam a realidade em seu todo. São cegos para o sentido da vida, para Deus na criação, para os mistérios que nos cercam e nos levam a agradecer e a adorar. Bem-aventurado o ex-cego dessa história. Chegou a descobrir o “Cristo” em “Jesus”. Seja ele nosso exemplo.