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23 de setembro de 2005

A força da fraqueza

Neemias 1.1-11

Encontrei, outro dia, um amigo que não via há muito tempo. Logo, ele passou a falar com amargura do tempo passado: decisões equivocadas, planos frustrados, projetos falidos. “Se fosse possível voltar no tempo, eu o faria!”, lamentou-se. Essa é uma marca do ser humano: sonhos bonitos vão ruindo ao longo do tempo como castelos de areia, tanto na história pessoal como nas relações familiares e sociais. Ninguém está imune a frustrações. Às vezes, elas provêm de fatores externos que fogem ao nosso controle. Outras vezes, são frutos de decisões e da incapacidade de lidarmos com os fatos da vida. Neemias, judeu nascido no exílio e copeiro do rei persa, ouviu um relato dramático sobre os exilados da Babilônia que voltaram a Jerusalém. Os samaritanos os impediam de reconstruir a cidade. Seus muros estavam derrubados e suas portas, queimadas. Miséria e humilhação dominavam o cenário. Que fazer? O profeta chorou e lamentou por alguns dias. Jejuou e descobriu a face de Deus. É comovente ler o conteúdo de sua oração. Ele não põe a culpa nos outros nem tem pena de si mesmo ou de seu povo. Ao contrário, considera a sua história à luz dos desígnios de Deus. Alcança, assim, a serenidade para discernir onde o povo errou. Confessa os seus pecados e expressa a sua confiança na fidelidade de Deus. No jogo da vida, ninguém é apenas vítima. Alguns têm mais, outros, menos responsabilidade. Sábio é aquele que reconhece e confessa a sua parte. Só então, Deus pode ocupar o vácuo de nossa fraqueza com a sua força.