Jesus estava na sinagoga. As autoridades religiosas observavam cada passo dele. Queriam armar-lhe uma cilada. Como “fiscais da ordem”, queriam acusá-lo de desrespeitar a lei do sábado (Lucas 2.23-28). Jesus conhecia a frieza dos fariseus e queria sensibilizar seus corações. Será que o Mestre ousaria desrespeitar a lei e curar um doente num sábado? Os fariseus não duvidavam da sua capacidade de curar. Mas se ele fizesse isso naquele dia, certamente teriam um bom motivo para acusá-lo formalmente de desrespeitar a lei de Moisés. Em nome do amor, Jesus desafia a lei. O amor ao próximo deve estar acima da lei fria e excludente. O primeiro gesto de Jesus foi convidar aquele homem: “Venha aqui” (v. 3). Só ouvir estas palavras já era maravilhoso. Doentes eram desprezados e excluídos da comunhão. Dizia-se que a doença era castigo de Deus. Jesus convidou o homem da mão aleijada para vir para o meio. Isso significava que ele, agora, pode voltar a ter comunhão com Deus e convívio social. O segundo gesto de Jesus foi curá-lo. O amor ao próximo não pode tirar “férias”. A realidade social e humana facilmente nos torna insensíveis e indiferentes. Mortes banais, pessoas enfermas sem assistência, miseráveis debaixo de pontes ou em barracos ainda nos sensibilizam? Não deixemos Cristo condoer-se também com a dureza de nossos corações. Exercitemos este convite constantemente para com pessoas desprezadas: “Venha aqui”. “Venha aqui! Entre na roda com a gente, também você é muito importante”.